04/10/2013

Mês Halloween: Asylum (1972)

Quando falamos de filmes de terror britânicos dos anos 70, as obras produzidas por a  Hammer Film Productions são naturalmente uma referência obrigatória. No entanto,  inspirado pelo sucesso da Hammer, surge nessa década a Amicus Productions com um estilo visual semelhante (em cor  e, freqüentemente, até com o mesmo elenco). Mas havia também diferenças: a Amicus fixou-se em filmes contemporâneos  em vez do horror gótico da Hammer e seus filmes tinham quase sempre um formato espécie de antologia, consistindo de quatro ou cinco histórias de terror curtas unidas por um tema comum. “Asylum", estreado em 1972 e dirigido por Roy Ward Bake, é um exemplo perfeito do estilo de filmes de terror que a Amicus produzia durante os anos 70.
 

"Asylum” tem como fio condutor a história de um médico, o Dr. Martin (Robert Powell),  que se candidata ao lugar de chefia de um asilo.  O lugar é prometido ao Dr. Martin, mas só se ele conseguir descobrir quem dos pacientes do asilo é o Dr. Starr, pessoa que já esteve em tempos à frente da instituição.

Baseado em um  roteiro de Robert Block (autor do famoso “Psycho”, adaptado ao cinema por Hitchcock), “Asylum” tem em Roy Ward Baker um diretor que na altura já era considerado como um dos mais experientes no Reino Unido, tendo dirigido clássicos como "Morning Departure" (1950) e "A Night to Remember" (1958). Trabalhar em produções da Amicus era sinônimo de lidar com orçamentos inferiores, mas Baker já tinha demonstrado anteriormente um talento extraordinário para espremer ao máximo as verbas que tinha e não tinha ao seu dispor, e com “Asylum” mostrou-o mais uma vez.

Se há algo inerente a filmes de antologia é que, pela sua própria natureza, eles têm a tendência para ser desigual em termos de qualidade das histórias que os compõem e, infelizmente, " Asylum " não é nenhuma exceção. Porém, graças ao talento de Ward Baker, essa inconsistência narrativa é praticamente anulada através de uma qualidade e coesão estilística que atravessa todo o filme.  Enquanto que os contos mudam de tom, o estilo visual de Roy Ward Baker confere a “Asylum” a integridade necessária fazendo uso de uma atmosfera inquietante e cheia de tensão que mantém o espectador em constante sobressalto.

Mesmo apresentando um  orçamento consideravelmente mais  baixo  que os longas de terror gótico da Hammer Productions (e isso já quer dizer alguma coisa),  os filmes de antologia da Amicus Productions conseguem ser tanto ou mais interessantes do que alguns dos filmes de terror de seus rivais e "Asilum" é a melhor prova disso. Não sendo seguramente o melhor trabalho do escritor Robert Bloch, o filme beneficia enormemente da experiência e das capacidades artísticas de um mestre como Roy Ward Baker, apoiado pela cinematografia de primeira de  Deny N. Coop que atribuiu a uma Inglaterra contemporânea e moderna aquele ambiente misterioso e sombrio do terror gótico clássico . Apesar de serem menos conhecidos que os filmes da Hammer Film Productions, vale a pena dar uma vista de olhos pelo catálogo de produções da Amicus e tem em "Asilum" uma boa escolha por onde começar.
 
Classificação: 7 de 10 pontos.
 

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